Debater o que interessa aos jovens: olhos nos olhos
No Congresso de Oeiras sobre a adolescência houve oportunidade de assistir a algumas intervenções muito enriquecedoras, como a de Eduardo Sá (Psicólogo, Psicanalista, Prof. Universitário – FPCEUC e ISPA), especialista em acção familiar, que considerou algo desadequada a frase Debater o que interessa aos jovens, olhos nos olhos. Esta expressão vem tocar precisamente não só no ponto fraco de problemáticas relacionadas com a adolescência mas também com aquilo que vem sendo característica da sociedade actual, a crescente incapacidade de manter diálogos olhos nos olhos, seja com quem for. Em relação ao modo como se gerem os afectos em família, em particular entre pais e adolescentes, Eduardo Sá deixou algumas dicas:
- Dar colo: independentemente da idade, o colo não desconcerta mas, pelo contrário, concerta
- Reabilitar o silêncio na família: O ritmo de vida actual cada vez mais dá menos lugar ao silêncio, deve ser preservado um espaço de silêncio entre a família
- Brincar: não é uma actividade de fim de semana, há que manter sempre presente o bom humor, e ai dos adultos que deixam de rir...
- Imaginar: Os pais estão autorizados a soltar a imaginação como forma de poderem colocar-se na posição dos filhos e, assim, reflectir um pouco melhor sobre aquilo que pode estar a afectar as relações
- Exclusividade: Todos os filhos gostam de ser filhos únicos quanto mais não seja por pouco tempo, gostam de sentir que são o centro das atenções ou numa conversa do seu agrado ou na descrição de um acontecimento, nem que seja só por uns momentos...
Dicas simples que apoiam e contribuem para reforçar o olhos nos olhos e para apurar a sensibilidade ...
5 comentários:
silêncio na familia? se me permites totalmente em desacordo! na minha opinião soa-me a treta :-)
(ando a aprender a ser assertiva)
Silêncio no sentido da ausência de ruídos, proporcionando momentos de reflexão e diálogo...
e parece simples...
(não sei se entendo/concordo com tudo...
tb me ofereceu dúvidas o silêncio)
:)
É na reflexão e/ou improvisação do dia que se programam e se travam esses debates, nem sempre fáceis!
É verdade que as dicas são um conjunto de boas intenções... nem sempre passíveis de levar a bom porto...
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