quarta-feira, maio 23, 2007

Biblio@rtes - 10a

Aos apreciadores da fotógrafa Cara Barer deixo também a informação de que a FlashBags produz e vende sacos com as suas fotografias.

Her photographs are primarily a documentation of a physical evolution, ou os Livros como nunca os queremos ver , como refere o Bibliotecário 2.0.


Mais modelos disponíveis em Cara Barer Handbag ;)

sexta-feira, maio 04, 2007

Biblio@rtes - 10

Cara Barer (Freeport, 1956)



Beach Read (Dimensions)


Cara Barer estudou na Glassell School of Art do Museum of Fine Arts e em The Art Institute of Houston. Actualmente, vive e trabalha em Houston. A sua obra integrou recentemente o Photography Now: One Hundred Portfolios (Wright State University Art Galleries, Dayton, Ohio, 2006).

Tem vindo a desenvolver projectos com livros, concretamente, em Dimensions e Of Words, Paper, and Shapes, The Book Series, nos quais se dedica a transformar este objecto comum numa espécie de “escultura viva” e em estado de mutação contínua.

A propósito destas experimentações e metamorfoses aplicadas a livros, enciclopédias ou listas telefónicas inutilizadas, Cara apela a uma atitude reflexiva perante as evoluções tecnológicas e sua incidência nas recentes modalidades de investigação e pesquisa de informação. Invoca o carácter frágil e efémero a partir do qual se adquire conhecimento, e a eventualidade destas inovações colocarem em causa o futuro dos livros e das bibliotecas…


Midnight

Segundo a autora: De acordo com a mentalidade dos meus pais, uns bons volumes de enciclopédias eram fundamentais à aprendizagem e educação, motivo de embaraço seria não ter acesso às mesmas, e uma viagem à biblioteca era o único caminho para procurar um livro.

Actualmente, contudo, o mesmo ênfase passou a ser atribuído ao computador pessoal, e à ligação à Internet. A pesquisa de um estudante pode agora ser feita sem sair da sua secretária. Aderi completamente a esta tecnologia, e não quero viver sem ela, não obstante, temo também que nos conduza à falta de crença nas tradicionais obras de referência usadas ao longo dos últimos dois séculos.

Traveler (Dimensions)

Apesar das preocupações de Cara Barer em relação aos potenciais perigos da cultura digital (e situando esta questão ao nível da leitura em geral), por ocasião do Dia Mundial do Livro, tivemos, felizmente, boas notícias em Portugal: As boas notícias são que já somos mais de três milhões a ler .

Quanto às mudanças nas bibliotecas, opiniões revelam que alguns bibliotecários adoram estes processos, sobretudo porque têm a ver com a pesquisa, validação e organização de informação (veja-se
Book Scanning Goes High Tech...), ou com um conceito que envolve competências ainda mais abrangentes, o de Literacia de Informação... 2.0

Butterfly (Dimensions)



New Century (Dimensions)


Whirligig (Dimensions)

quinta-feira, março 15, 2007

Biblio@rtes - 9

The Thought Which Sees (1965) - René Magritte
Foto: MoMa



René Magritte (Lessines, 1898 - Bruxelas, 1967 - Bélgica)



Pintor belga surrealista. Estudou na Acad-23mie de Belas Artes em Bruxelas (1916-18). Dedicou-se durante algum tempo à concepção e desenho de papel de parede e de anúncios de moda. Tornou-se muito amigo de poetas e escritores como Mesens, Goemans, Scutenaire e Noug-23, com quem partilhou os seus interesses ao invocar o mistério e com quem fundou mais tarde o grupo belga de surrealistas. Regressou cedo ao cubismo-futurista experimentando em 1925 a influência de Chrico. Explora caminhos de criação poética e efeitos perturbadores de objectos reconhecidos em padrões surreais, sobretudo, através da justaposição e combinação ou da inversão de escalas ou perspectivas.



L'homme au journal (1928) - René Magritte
Foto: Tate Online


Em L'homme au jornal ilustra quatro cenários representativos do interior de uma casa. No canto superior esquerdo encontra-se um homem a ler o jornal, sentado de perfil e voltado de costas para a janela. Os três cenários seguintes contrastam pela ausência da figura humana e do acto de ler marcando a frieza de um ambiente vazio.


Várias podem ser as abordagens a este quadro. Uma das possíveis, o facto de, metaforicamente, a leitura e o saber preencherem vazios tanto físicos como intelectuais...


quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Biblio@rtes - 8

Buecher waage (BuchBilder), 1997 - Quint Buchholz




Luna (BuchBilder), 1997 - Quint Buchholz



Quint Buchholz (Stollberg, 1957)



Quint Buchholz vive em Ottobrunn, próximo de Munique e integra o grupo dos melhores ilustradores alemães da actualidade. Os seus desenhos têm vindo a ser publicados em diversos países, a partir da Hanser Verlag e da ilustração de livros de Jostein Gaarder, Roberto Piumini, Amos Oz e Patrícia MacLachlan, entre outros autores.

No BuchBilderBuch (BookPictureBook), editado pela Sanssouci em 1997, as suas ilustrações combinam encontros com os livros e contam histórias representativas do mundo imaginário e evasivo da escrita e da leitura.


Lesen Frau (BuchBilder), 1997 - Quint Buchholz


Entre embalos e elevações proporcionadas por histórias e fábulas, Buchholz constrói um livro completamente voltado para dois protagonistas principais: os livros e os leitores...

Mann auf einer Leiter (BuchBilder), 1997 - Quint Buchholz



Eines Morgens im November (BuchBilder), 1997 - Quint Buchholz




Lesender mann (BuchBilder), 1997 - Quint Buchholz



quarta-feira, dezembro 20, 2006

Biblio@rtes - 7

Vittorio Introini (Samarate, 1935 - Itália)

Sistema de estantes não convencionais Pós-Modernistas, onde o arquitecto e designer italiano Vittorio Introini, na busca pela novidade estílistica e numa atitude que reflecte liberdade de criação, nega o ornamento, opta pelas linhas rectas sem qualquer marca de elementos orgânicos e aplica um design sóbrio e simples, tanto ao nível da forma como dos materiais utilizados. O imaginário tecnológico na base de uma peça adequada a qualquer biblioteca contemporânea.

Shelving system, 1969 - Vittorio Introini (Itália, 1935)
Foto: artnet

III-32 Library System, 1969 - Vittorio Introini (Itália, 1935)
Foto: artnet


P-700 Library System, 1969 - Vittorio Introini (Itália, 1935)

segunda-feira, novembro 20, 2006

Biblio@rtes - 6

Matej Krén (Trecin, 1958 - Eslováquia)

O livro como matéria ou objecto de obra de arte, desta vez representado através do projecto Book Cell de Matej Krén, instalado no Hall do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (CAMJAP). O artista dá continuidade aos trabalhos em que recorrentemente aplica o procedimento de empilhar milhares de livros. Criou assim uma estrutura arquitectónica a partir de vários livros sobrepostos, desenhando um mini-edifício de múltiplas cores. O seu interior pode ser visitado e atravessado a meio, num curto percurso pedonal, onde, entre brilhos e cores de um jogo de espelhos e com o efeito da sobredimensão de capas e lombadas, se é induzido a sentir o medo e a vertigem da queda...

Book Cell (Instalação, 2006) - Matej Krén, CAMJAP, Foto: JAM



Book Cell (Instalação, 2006) - Matej Krén, CAMJAP, Foto: JAM


Book Cell reúne as várias edições da Fundação Calouste Gulbenkian, promovendo deste modo as publicações que, ao longo de 50 anos, vêm dando expressão às modalidades de intervenção cultural e científica desta instituição. Fica a sugestão para visita, até 31 de Dezembro de 2006.

Book Cell (Instalação, 2006) - Matej Krén, CAMJAP, Foto: JAM

segunda-feira, novembro 13, 2006

Biblio@rtes - 5

The Library, 1960 - Jacob Lawrence (1917-2000)

Foto: Smithsonian American Art Museum



Jacob Lawrence (New Jersey, 1917 - Washington, 2000)

Pintor afro-americano, Jacob Lawrence tornou-se nacionalmente reconhecido com The Migration Series, um conjunto de 60 obras que marcam o seu empenho em representar a vida, a história e a cultura afro-americanas. As suas pinturas contam e documentam além da história americana, a história da sua própria experiência durante o período migratório de negros. Ao longo da década de 1930, após a "Grande Depressão", integra o Renascimento de Harlem, movimento da comunidade de afro-americanos residentes em Harlem, centro de Nova Iorque, onde a música Jazz, a literatura e a pintura se destacam de forma significativa entre as suas criações artísticas.

Em The Library, Lawrence retrata aquilo que era sua prática comum: passava horas na Biblioteca Pública de Nova Iorque onde investigava sobre as imagens lendárias e os acontecimentos a aplicar nos seus quadros, ilustrando fundamentalmente o esforço humano pela liberdade e justiça social.

Tornou-se no primeiro pintor americano de descendência africana cuja obra veio a integrar a colecção permanente do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, em 1941.


In many of the communities the Negro press was read continually because of its attitude and its encouragement of the movement, 1940-41- Jacob Lawrence (1917-2000)

Foto: MoMa


The libraries are appreciated (Harlem Series), 1943 - Jacob Lawrence (1917-2000)

quinta-feira, novembro 09, 2006

Biblio@rtes - 4

Don Quixote in his Library, Gustave Doré (1832-1883)

Paul Gustave Doré (Estrasburgo, 1832 - Paris, 1883)

Gustave Doré, desenhador e ilustrador francês, dedicou-se à ilustração de obras literárias de autores como Balzac, Dante, Cervantes e Perrault. Um dos muitos ilustradores de D. Quixote, Doré fez a representação do cavaleiro D. Quixote de La Mancha que, de tão obcecado com a leitura, passava as noites de claro em claro rodeado de personagens e livros, na sua biblioteca...

domingo, outubro 29, 2006

Biblio@rtes - 3

Andreas Gursky (Leipzig, 1955)

Andreas Gursky nas suas fotografias de grande formato e ricas em cor marca a relação entre o homem e o meio em que vive. Em articulação com uma tradição pictórica europeia (paisagem, interiores, arquitectura e abstracção), as fotografias de Gursky exploram locais isolados (como halls de edifícios, bibliotecas, terrenos vazios, pistas de aeroportos) ou espaços públicos, de lazer ou de trabalho (como piscinas e fábricas).

A fotografia da Biblioteca Pública de Estocolmo, um projecto do arquitecto sueco Erik Gunnar Asplund, representa o rigor na organização das colecções, através de uma vista hemisférica das estantes, livros e respectivas cores. O detalhe do esquema cilindríco imposto pela cúpula central, permite o aproveitamento do espaço de um modo racional, tendo como limite o topo da sala de leitura.

Library, 1999 - Andreas Gursky (Leipzig, 1955)
Foto:
Guggenheim Museum

domingo, outubro 22, 2006

Biblio@rtes - 2

Rachel Whiteread (Londres, 1963)

A escultora inglesa explora a ideia da negatividade dos espaços. Com recurso ao processo de moldagem em gesso representa a memória física quer de objectos como de espaços e materializa aquilo que não é visível, tornando vivo o seu “vazio”. Rachel Whiteread em Untitled (Paperbacks), Untitled (Library) ou Untitled (Colours), tirando o molde aos objectos estante e livro, torna tangível o imaterial. Simultaneamente, imprime às suas peças uma relação com o corpo humano: a dimensão das estantes corresponde à escala real, reflectindo funções e evocando, nalguns casos, a intimidade que esse equipamento nos proporciona.


Untitled (Paperbacks), 1997 - Rachel Whiteread (Londres, 1963)
Gesso e aço. (Dimensão: 450 x 480 x 632 cm)
Foto: MoMa

Untitled (Paperbacks) é o molde negativo do interior da sala de uma biblioteca: uma sala cheia de marcas espectrais de livros cujos conteúdos e títulos parecem ter-se perdido. O molde em gesso é a manifestação visível da sala – os livros unidos por cores, a dimensão das lombadas e mesmo a textura das suas páginas permanecem “legíveis”. A escultura de Whiteread cria assim uma tensão entre o assombroso e o poético, o monumental e o frágil, o efémero e o eterno. [Fonte: Texto da exposição - Out of Time: A Contemporary View, August 30, 2006–April 9, 2007]

Untitled (Library), 1999 - Rachel Whiteread (Londres, 1963)
Gesso, Poliestireno, fibra e aço. (Dimensão: 112 1/2 x 210 5/8 x 96 in.)
Foto:
Hirshhorn Museum and Sculpture Garden


Untitled (Colours), 2002 - Rachel Whiteread (Reino Unido, 1963)
Gesso, Poliestireno e aço. (Dimensão: 113.00 x 90.00 x 26.00 cm)
Foto: National Galleries of Scotland

Em Untitled (Library) e (Colours) são visíveis tanto a cor como as páginas dos livros. As cores neste caso resultam das cores das capas absorvidas pelo molde em gesso durante o processo de secagem. Por sua vez, as páginas correspondem às linhas delineadas nas prateleiras da escultura.

Nestas três obras, Whiteread associa a inexistência material de livros para ler, ou este vácuo assombrado, ao espaço preenchido pelo conhecimento ou às ideias e memórias contidas nos livros, o "não-lugar" do imaterial.

Holocaust Monument (2000) Judenplatz, Vienna - Rachel Whiteread (Londres, 1963)
Foto:
Wikipedia e Ramone

Ao contrário do que sucede em Untitled (Paperbacks), onde existe uma biblioteca na qual se pode entrar, no monumento Holocaust Memorial inaugurado em 2000, na praça Judenplatz em Viena de Áustria, o processo de representação do espaço “biblioteca” é invertido. Aqui, o molde do espaço interior de uma biblioteca é delineado, positivamente, através das estantes e respectivas marcas impressas pelos livros no exterior de um bloco fechado. Uma das paredes apresenta o negativo da porta principal. No monumento às vitimas do holocausto, Whiteread simboliza a vida e cultura de mais de 65.000 judeus austríacos (tradicionalmente identificados como “Pessoas dos Livros”) mortos durante a perseguição Nazi.

Em síntese, nesta série de instalações, a escultora pretende realçar e demonstrar que, tal como as obras de arte invocam a história de objectos e pessoas, também os livros assumem esse papel de registo e memória da história da humanidade.

terça-feira, outubro 17, 2006

Biblio@rtes - 1

Maria Helena Vieira da Silva (1908, Lisboa - 1992, Paris)

Inspirada em Fora de Horas, decidi dar início à recolha de uma série de obras e formas de representação artística dedicadas às Bibliotecas. Hoje a referência vai para Vieira da Silva e as suas pinturas de perspectivas labirínticas, surreais e algo mágicas. Do cruzamento de imagens entre livros, estantes, escadas e soalhos ladrilhados, à perda gradual da cor e ao reforço das linhas que se evidenciam através de tonalidades negras.

Bibliothèque, 1949 - Maria Helena Vieira da Silva (Lisboa, 1908 - Paris, 1992)


La bibliothèque, 1966 - Maria Helena Vieira da Silva (Lisboa, 1908 - Paris, 1992)

L'autre bibliothèque de René Char, 1967 - Maria Helena Vieira da Silva (Lisboa, 1908 - Paris, 1992)

domingo, julho 02, 2006

The Dream Book, De Deir el-Medina - Egipto
19ª Dinastia, cerca de 1275 dC

quarta-feira, junho 28, 2006



Manuscritos Medievais Iluminados, Biblioteca Nacional da Holanda
Amant sees a rose bush in his sleep (1st of 4)
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