quarta-feira, julho 12, 2006

Memorandu

Julho de 2006, mês de balanço para muitos de nós (balanços quer pessoais como profissionais). A anteceder as férias, podem ser definidas as metas a atingir no 2º semestre, ou até mesmo, no caso dos que detêm um papel mais visionário, poderá perspectivar-se um conjunto de áreas de intervenção e objectivos para o ano de 2007. Este nível de planeamento é, nalgumas situações (e cada vez mais raras…), fácil de projectar no domínio profissional. Porém, no que se refere ao balanço pessoal e a partir de determinada fase das nossas vidas (talvez quando alcançamos algumas “estabilidades”), a prática corrente é mesmo a de ir vivendo um dia atrás do outro, sem ir muito além nas expectativas, tanto em relação a nós próprios como também quanto aquilo que esperamos dos outros, ou mesmo em relação ao que é apreciação e exigência de quem nos rodeia. As questões de saúde sobrepõe-se continuamente a tudo o resto (saúde individual e dos familiares mais próximos…), algumas insatisfações acumuladas são indutoras de uma certa resignação e, como um círculo sem saída, adopta-se o rumo do imediato… considerado, por alguns, como o melhor dos modos de vida… para outros, porém, como o mais assustador... Neste grupo iserem-se aqueles que sentem a necessidade de conceber projectos mais espaçados no tempo, aqueles que procuram a harmonia no plano de um percurso a médio e longo prazo… (serão estes os "segmentados"?) Quando tal "castelo encantado" deixa de estar presente e com clareza… sentem-se perdidos num profundo silêncio... porque ainda acreditam que o sonho comanda a vida...

Salvador Dali (1904-1989) - Soft Watch At Moment of First Explosion, (1954)

3 comentários:

Teresa Durães disse...

(muito ensonada, tentando responder)

Acredito que não se deve ter expectativas em relação aos outros porque pode significar esperar algo que não são (projecção dos nossos sonhos e não a realidade).

Assim, devemos tentar receber o que têm para nos oferecer apenas. Se gostamos, gostamos.

Em relação à vida em sim, nós devemos tentar fazer dela aquilo que queremos (esforçando por obter os nossos sonhos, tentando não desistir)

Aqui é a parte mais difícil. Ou porque não sabemos o que queremos, ou porque é dificil de esperar até alcançar.

Eu tento passar essa mensagem aos meus filhos todos os dias, até com o meu exemplo.

Gosto de escrever e ando a tentar publicar. Há bastante tempo. E Vou escrevendo, escrevendo. E entro em desalento. E recupero e escrevo. E entro em desalento. O importante é não desistir.

Se conseguir, ainda bem. Se não, não desisti. Persistir.

(claro que é difícil)

Mas também lhes digo que, se nos apoiarmos mutuamente (quando um começa a ficar pessimista o outro recorda que tempos melhores hão-de vir) é sempre mais fácil.

Um dia de cada vez como se fôssemos Alcoólicos em recuperação.

Só assim eu consigo sobreviver porque de outro modo é muito difícil neste mundo demasiado hostil para quem é sensivel

web disse...

Tenho sido uma batalhadora, mas sinto que necessito de um olhar

PROSPECTIVO

de visões um pouco mais além do dia a dia...

talvez daí a permanente insatisfação...

Beijinhos Teresa.

web disse...

Ginja,
Tens razão... sem esse amor no dia a dia, sem o sonho um pouco mais além temporalmente, de que serve procurar a perfeição?...

Vai uma ginjinha para atenuar as queixas!

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